quarta-feira, 24 de dezembro de 2008

Ouvi alguém falar em neve!?...

Branca de neve, indiferente e frívola, mascara sua rigidez e beleza num nevoeiro denso, desonesto. Atrai e repulsa. Magnânime, imponente, bela,...mas, rude nos seus modos, no seu âmago de granito. A sua dureza é também a de um frio lacinante, que afasta, que corta como navalhas todos os pedaços de carne dos corpos contemplativos e se entranha, sem sucesso, contudo. Sem conseguir chegar aos corações aquecidos por tamanha envolvência, uma envolvência que clama para si o nome de Lar...
Sophia

domingo, 16 de novembro de 2008

Sol Poente

Um fim de tarde que invade o espírito e desafia a consciência.
Um frio leve, um vento discreto atiçando esta luz descensa incendiária e...boa companhia. Tudo conspirando e servindo de pretexto para muitas ideias e entre elas... mais uma vez...
Como me entristece que cada vez mais as pessoas teimem em atribuir mais valor e força àquilo que é quebrantável só por ser visível e menosprezem o que, emboram não materializado fisicamente ou não alcançável, pode ser mais forte e inquebrável que muitas forças e muitos dias!?... Mais uma vez...
Recuso-me profunda e terminantemente a compactuar com isso!
Sophia

sábado, 15 de novembro de 2008

Lisboa Revisitada II: Sobre Telhados

A meio caminho das íngremes subidas das suas colinas, das suas calçadas incessante e impossivelmente mais inclinadas a cada passo, dos seus empedrados toscamente calcetados e, para o ponto de equilíbrio de qualquer corpo, desafiadoramente desnivelados pelo peso dos anos e dos carros. A um meio mal medido de tudo isto, sobre boa parte dos telhados de traça antiga, cuidada ou nem por isso, renovada ou não, com retoques de modernidade ou com a sua malha original realçada, a espaços, com manchas de verde meticulosamente plantadas e tratadas, à guarda de honra de um afável gigante de azul cintilante no final de tarde, sob um céu quase límpido, apenas salpicado por esparsas, pequenas nuvens, altas e claras.
Assim digo, Lisboa, mais uma vez!
Sophia

sexta-feira, 14 de novembro de 2008

Lisboa Revisitada I: No 1º andar a contar do céu!

«Digo: "Lisboa"
Quando venho do Sul e atravesso o rio
E a cidade abre-se como se nascesse do seu nome
Abre-se e ergue-se na sua vastidão nocturna
Em seu longo luzir de azul e rio
Em seu corpo amontoado de colinas
(...)
Porque digo
Lisboa com seu nome de ser e não ser
Com os seus meandros de espanto, insónia e lata
E o seu rebrilhar de teatro
Seu conivente sorrir de intriga e máscara
Enquanto o largo mar a Ocidente se dilata
Lisboa oscilando como uma grande barca
Lisboa cruelmente construída ao longo da sua própria ausência.»
(Sophia de Mello Breyner)
E eu digo: "Lisboa", quando venho de norte ao longo da margem do rio e a cidade se ergue na sua imensidão de todas as horas. Abre-se e encerra-se sobre mim, absorve-me, envolve-me, perde-me, entranha-me com as suas raízes, no correr das suas águas cor de prata e das suas colinas desafiando as alturas. Porque digo: Lisboa com seu nome de presente e passado. Com seus recantos de surpresa, de íngremes subidas e descidas, de rebocos de outras vidas e recentes tintas de esmalte. E seu reluzir de luz atlântica e mediterrânica. Seu espraiar de riqueza de tempos idos e pobreza de todos os tempos. Enquanto rio e oceano a abraçam, Lisboa oscilando como um grande ramo de árvore ao vento. Lisboa construída por sonhos, reconstruída sobre estacas de madeira, construtora de sorrisos...
Sophia

domingo, 12 de outubro de 2008

Azul de Prata

Tempos gravados em pedra. Traços de séculos que passaram. Séculos de luz e de escuridão. Estórias de tempestade e bonança, de batalhas e retiros de calmaria, de glórias e desventuras.
E, ao fim e ao cabo, História.
Lar de personagens, figurinos, cenários e ferramentas. Faltam-lhe os guiões. Luz espectral inacabada e infindável.
Sophia

quarta-feira, 17 de setembro de 2008

Marcas (In)deléveis

A maré sobe e apaga. Não me surpreende, nem a mim nem a ninguém.
Também não vejo surpresa nem desagrado na borracha do tempo sobre o caminho que se fez para trás, sobre a vida que já correu.
A maré esbaterá as pegadas e trará areia até que estas sejam tão completamente imperceptíveis, que se erga a dúvida da sua existência em algum momento.
O tempo esbate, desfoca todos os contornos de vida e de percurso que ficaram lá atrás.
Porém, bons ou maus, mais ou menos esborratados na nossa memória, no nosso sentir e pensar, nada lhes retira o valor, a verdade ou a essência.
Sophia

sábado, 13 de setembro de 2008

Salpicos de Luz


Ao fim do dia...
Sol, nuvens e mar produzem jogos de luz e de reflexos. Brincam, alteram matizes e pintam, a cada dia, quadros únicos e diferentes, não necessariamente bons ou maus, belos ou de estética vulgar.
Assim é também nos amanheceres, entardeceres, dias nublosos ou limpos das nossas vidas. É-o, entre outros motivos, porque o Sol nasce para todos, mas, não nasce sempre da mesma forma para todos e para cada um. Nem as nuvens surgem igualmente leves ou carregadas para todos e para cada um.
Por um lado, ainda bem, senão estaríamos todos a viver a mesma vida e a repetir os dias.
Sophia

sexta-feira, 12 de setembro de 2008

Depois das Três

Quantas vezes terá completado voltas!? Quantas vezes terá passado das três!?
Muitas, certamente.
Assistiu ao crecer do bulício, ao desaparecer do Tejo, ao enferrujar dos carris e à constante mudança dos seus parceiros de horas.
Sophia

quinta-feira, 11 de setembro de 2008

Júnior Intrometido

Visitas inesperadas! Completas surpresas! Imprevistas presenças!
Nem por isso, desagradáveis. Nem por isso, mal recebidas. Sobretudo, se nelas nada reconhecermos de estranho, descabido ou ilógico.
Elementos surgem inesperadamente, mas, por vezes, fazem até algum sentido no ambiente em que inesperadamente surgiram.
Sophia

domingo, 31 de agosto de 2008

Um Vento de Norte

Para hoje não há muitas palavras! Apenas sensações!

Respirem!... Fundo! Libertem-se! Sintam! Sorriam!

Abracem quem gostam, abracem os vossos objectivos!... Abracem a vida, abracem o mundo!... E, já agora, não se esqueçam: Sejam Felizes!

Sophia

segunda-feira, 18 de agosto de 2008

Olhar Escondido

A forma como a compenetra-ção em algo nos faz desdobrar do mundo em redor, desligando-nos dele, alheando-nos dos outros e unindo-nos ao objecto dessa contemplação é algo, simultaneamente, agradável, místico e dúbio. Essa contemplação, para o sujeito, tão dirigida a dado elemento, pode ser, para o observador externo, geradora de dúvida quanto ao objecto contemplado, face a um contemplador desconhecido na sua personalidade, nos seus trejeitos e na sua face.

Sophia

domingo, 17 de agosto de 2008

Para não comentar!

Há imagens que nem merecem comentários, tamanha a sua incongruência.
Porém, a sua graça, fá-las merecer serem partilhadas!
As novas estratégias de marketing:

Os caminhos ambíguos:

Os alhos lá da terra para levar quando se regressa ao país de acolhimento, esquecidos no CCB:

Sophia

Afinações

Há dias e noites pouco inspirados, em que o que tentamos fazer não nos sai em condições ou de acordo com o que queríamos e aborrecemo-nos com isso. É nessas alturas que, por vezes, resolvemos fazer as coisas apenas por fazer ou para ver no que dá, sem pensarmos no objectivo final e sem esperarmos sequer que saiam de forma minimamente aceitável e eis que somos surpreendidos e algo resulta bem ou, pelo menos, com um aspecto razoável. Claro, que pode ser apenas porque o que foi realizado antes ficou tão mal que é difícil igualá-lo na falta de qualidade, ou porque, nesse momento, as nossas expectativas já estão tão baixas ou ausentes que qualquer coisa efectuada a partir daí pode ser saldada como positiva. O facto é que, de qualquer modo, é engraçado constatar como, não raras vezes, quando menos esperamos ou quanto menos esperamos, melhor as coisas resultam.
Sophia

sábado, 2 de agosto de 2008

Arcadas de Amizade

Sob a continuidade das copas justas e coaptadas se definem arcadas. Arcadas que marcam o rumo, que é só um. Um rumo seguido por vários caminhantes. Caminhantes unidos pelo rumo que a arcada comanda e pelas pontes de relações, pelos laços, que esta também compreende. Arcadas de descoberta e de desconhecimento, arcadas de aproximação e de espaço, arcadas de sucessos e de desventuras, arcadas de sentimentos comuns, arcadas de vivências diferentes partilhadas, arcadas de dissonâncias expostas e discutidas, arcadas de rotinas divididas e horas compartilhadas, arcadas de alegria e de desânimo, arcadas de energia e de cansaço, arcadas de calmaria e de tempestade, arcadas de felicidade, arcadas de conversas, "jogos", brincadeiras e desafios, arcadas de almoços e de jantares, arcadas de uma ligação, de uma relação comum, arcadas... de Amizade!
Sophia

quarta-feira, 30 de julho de 2008

"People In White"


A aleatoriedade será, porventura, um dos acontecimentos mais frequentes do mundo e, mesmo assim, é daqueles que mais espanto nos causa e que em nós suscita mais reparo e discussão, quando a agrupamos sob o nome de coincidências.

Sophia

Folhas Caídas

Folhas caídas fora de época! É interessante perceber como alterando o ambiente à nossa volta se consegue adulterar por completo o normal e rotineiro ciclo das coisas.
Sophia

sexta-feira, 11 de julho de 2008

Rios de Vida


É imenso o que passa por aqui...
Conheço bem essa imensidão e nada mais ouso dizer, porque o que disser não chega.
Não há palavras que façam caber aqui o imenso que há em tudo isto!...
Sophia

sexta-feira, 4 de julho de 2008

Quadrado Aberto

A espaços, te encontro.
A espaços, se vê a leveza, a frescura e a calma que espraias ao longo dos dias, ao longo das margens que ficam entre ti e o resto do mundo.
A espaços, a tua maré tudo torna leve e arrasta os espíritos livres que por ti passam.
Sophia

domingo, 29 de junho de 2008

Reflexos

O reflexo de algo. O reflexo de alguém.
Mais uma brilhante forma que a natureza e a civilização arranjaram de, incessantemente, desvirtuarem as coisas.
Por vezes, ampliados e abrilhantados, mostrando mais e maior do que a realidade. Outras vezes, diminuídos, esbatidos e ofuscados, apresentando menos e menor do que a verdade.
São reflexos.
Cabe a quem com eles encara, voltar-se e perceber qual o seu grau de fidelidade.
Sophia

segunda-feira, 23 de junho de 2008

Contra Natura!? Será!?

Mesmo em condições adversas, é sempre possível crescer, evoluir, criar algo de novo, produzir qualquer coisa de positivo.
Pode não ser aquilo que se desejaria idealmente e que se conseguiria num contexto favorável, mas, a verdade é que, não escassas vezes, no ambiente mais inóspito, contra todas e quaiquer expectativas e para espanto do mundo em redor, nascem verdadeiras realizações de valor.
E será esta produção positiva, no meio da aridez, contra natura!? Ou, pelo contrário, será ela uma essência, uma realidade inerente à natureza e à condição humana, de, insistentemente, se superarem a si próprias!?
Sophia

domingo, 15 de junho de 2008

Caminhos

São caminhos. É tudo o que posso dizer. São caminhos. E o caminho faz-se a andar.
Cada um escolhe seus caminhos, suas direcções e seus sentidos. Cada um decide se escolhe atalhos e que atalhos tomar. Cada um tem uma regra de prioridade própria para os cruzamentos e entroncamentos dos seus percursos. Cada um tem a sua velocidade. Cada um tem as suas soluções para os buracos do caminho e para as estradas cortadas. Cada um tem os seus companheiros de viagem. Cada um tem pedaços de caminho que prefere fazer sozinho.
Cada um tem seus caminhos. E o caminho faz-se a andar...
Sophia

sábado, 31 de maio de 2008

Próxima Paragem: Futuro!

Temos uma natural tendência para apreciar e elogiar a arquitectura antiga, histórica, de tempos idos. Mas, tendemos a não fazer o mesmo com as construções modernas. Talvez porque as vimos surgir e conhecemos o seu propósito, aspectos que nem sempre estão claros quanto a estruturas de outros tempos. Porém, há que saber valorizar e apreciar a arquitectura moderna, sem que isso retire, claro está, nenhum valor aos monumentos antigos.

Certo é que a beleza de uma coisa só atingirá o seu máximo potencial se se aliar à funcionalidade.
Sophia

sexta-feira, 30 de maio de 2008

Elementos

Por ela passaram muitos ventos, chuvas, tempestades e secas. A elas foi resistindo como pôde, o quanto pôde. Depois, caíram-lhe as folhas. Mas, manteve-se de pé. Sobraram apenas ramos e raízes. Despida, depois de se vergar a todas as intempéries, vai resistindo à passagem do tempo. Marca um contraste com tudo à sua volta, um tudo viçoso, que a cada fim de inverno renova o seu verde. É diferente! É diferente, mas faz parte daquele conjunto! É diferente, mas está integrada naquela realidade! É diferente, mas faz parte de um todo! E a sua ausência alteraria esse todo e torná-lo-ia menos do que o primeiro conjunto.
Noto aqui um paralelismo! Somos desgastados pelas adversidades da vida, que se vão somando, fazendo-nos "perder folhas". Porém, prosseguimos, continuando de pé, «de pé como as árvores». Depois, começa a notar-se a passagem do tempo, à qual vamos resistindo, até um dia. (Pelas, leis naturais, é este o padrão, embora nem sempre esta ordem seja respeitada).
Somos diferentes, podemos marcar um contraste, ser oposição a um conjunto, mas fazemos parte dele. Somos diferentes, mas integramos um todo. E a nossa diferença deve ser respeitada, porque independentemente dela desempenhamos um papel nesse todo, seja ele qual for, porque independentemente de à nossa volta existirem pessoas mais "viçosas" contribuímos para esse conjunto, tornamo-lo único e mais forte. Sem nós, o todo fica menos do que conosco. Não quer dizer que isso aconteça só pelo nosso valor, que se junta ao grupo, mas também pelo que fazemos acrescentar à totalidade do conjunto.
Na vida, muitas vezes, o todo é mais do que a soma das partes!
Sophia

sábado, 17 de maio de 2008

Quotidiano

Há coisas que são tão banais e tão familiares na nossa vida, coisas que estão tão intricadas nela que nem lhes ligamos. Tão banais que se tornam cansativas. E é quando isso acontece que abrimos os olhos, focamos com minúcia e aplicamos a nossa atenção em busca de qualquer pormenor que traga novidade a essa banalidade rotineira e nos arranque ao aborrecimento da falsa constância das coisas.
Sophia

domingo, 11 de maio de 2008

Momentos

Horas de leituras, horas de conversas, horas de risos, horas de café saboreado, horas de emoções no calor de um jogo de futebol, horas de tacadas numa partida de snooker, horas de convívio, horas a rever amigos de há muito, horas... Horas bem passadas. Bons momentos. Em qualquer bar, em qualquer café. São meros nomes. Não importa o sítio, importam as pessoas, o que significam e o ambiente que criam...
Sophia

segunda-feira, 5 de maio de 2008

À tua beira

Esta é daquelas mensagens em que as imagens falam por si!

Não há palavras para descrever!

Pelas beiras...

Uma viagem de comboio, ao longo do Tejo e dos socalcos deste Interior...

Os reflexos das águas e as sombras das serras...

Acreditem, vale a pena...

Sozinhos ou acompanhados...

Pela primeira ou pela milionésima vez...

Há sempre algo para nos surpreender...

Não há palavras...

E, mesmo assim, as fotos não lhe fazem justiça...


Mas, já dão um "cheirinho"!...

A Beiras!

Sophia

sexta-feira, 2 de maio de 2008

Janela Escondida



Quantas vezes tropeçamos em coisas que sempre estiveram em dado local e que sempre soubémos estarem lá!?
Quantas vezes nos apercebemos e vemos de facto, com olhos de ver, coisas que sempre estiveram lá e para as quais nos fartámos de olhar sem nunca nos darmos conta de que ali estavam!?
Bastantes.
Esta foi uma dessas vezes. Há 4 anos a atravessar este espaço e ainda não me tinha apercebido de como há porções agradáveis no jardim do HSM!
Sophia

quinta-feira, 1 de maio de 2008

Toca, Toca a Acordar!

Hoje é dia 1 de Maio, Dia do Trabalhador, feriado, dia de descanso, dia de dormir um pouco mais!
Não é!?
Pois é!
E há alguma coisa melhor, neste dia de descanso, como em vários outros, do que acordar às 8h ao som da Banda do Ateneu Vilafranquense; esse som simpático, suave e querido que dura mais do que uma hora!?
É claro que não há coisa melhor! É o sonho da vida de qualquer um aproveitar os dias de feriado para acordar cedo, a ouvir por longos minutos, esse expoente maior da música internacional que é a dita Banda! É a beleza da solidariedade imposta à vizinhança, no acto de despertar cedinho! Sim, é isso, é tão bom! Porque é de manhãzinha que se começa o dia e como cá é como na República Checa, que é de noite às 15h, tem de se pôr a bandinha a tocar antes das 8h!
Bom, e como membro da vizinhança, eternamente grata por, mais uma vez, não me deixarem dormir, reservo-me ao direito de vos deixar com aquela que é, certamente, uma das piores fotos que a Banda alguma vez terá!
Se, por acaso, abusei no sarcasmo, tenho a dizer que não o lamento e é bem merecido!

Sophia